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domingo, 28 de março de 2010

~ Entre cordas bambas e marionetes.





~Ela andava sobre uma corda bamba à uma altura que todo o mundo a veria. As luzes azuis, vermelhas, amarelas, eram diretas, e os suspirros e sussuros de "Nossa! Quase..." eram audíveis àquela altura.
Como era possível ficar durante tanto tempo em algo não fixo? Com sons de tambores sincronizados, luzes, pessoas e mais seres observando e , apenas observando?
Ela já olhou para o chão, e logo em seguida para o céu: Não. Nenhuma corda a seguraria...Ela engolio, o que? Não se sabe, pareciam vozes vazias, sufocadas que saiam por cada poro de sua pele. Ela tinha que continuar...
Sua roupa tinha brilho de diversas cores, mas o sorriso carimbado impedia qualquer conclusão de :" espetáculo", afinal, era uma menina andando sobre uma corda.
Apesar de tanta concentração e receio, ela disfarçava bem, parecia um anjo na corda, tão leve que nem o vento a movia, mantinha o sorriso, e sua postura não deixava dúvidas : Iria até o fim.
Escorregara?Sim...Inúmeras vezes. Caira? Até agora, não. Quando viu a gravidade agindo contra seu corpo, segurava-se à corda, olhava para o céu e via que tinha uma lua, estrelas que estavam seguras por um fio de nylon ( essa era sua idéia), porque não ela sustentar-se numa corda daquelas?
Até as pessoas era manipuladas com cordas, marionetes.E ela só estava andando sobre o cabo de força que une todos os fios, de todas as marionetes. Sim, ela era o cabo de força das marionetes, de todas.
Mas ela a nada estava presa, a nada estava segura. Olhava para o céu, e a certeza chegara, nenhuma corda a seguraria.
Arriscava-se, mais ninguém, nenhum mágico, palhaço, qualquer outra bailarina ou trapezista. Era ela e ela, ela e a corda bamba de suas emoções, ela...


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 25/03/2010 - 01h47.