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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

~Tupperware

~ Ultimamente tenho me sentido como um tupperware... é, aqueles potinhos de plástico que a gente usa pra colocar comida no microondas.É exatamente assim que me sinto...um recipiente plástico cheio de água, dentro de um microondas durante (pelo menos) dez minutos...Tentarei ser mais clara.É como aquelas rodas com cores primárias que a professora nos mostra , que quando gira em uma certa velocidade, fica branca.É assim, estou cheia de cores, e ao mesmo tempo tão neutra. É a complexidade que causa minha neutralidade... Veja pelo exemplo anterior, certas pessoas arranjam nomes básicos pra água, outros arranjam nomes ácidos, embora ela não se encaixe em nenhum grupo, é apenas água.Mas é tudo relativo... Depende por onde se vê...Eu só sei que se eu continuar como tupperware, e cheio d’água dentro de um microondas por mais tempo, ou eu me explodo, ou eu explodo o microondas, ou me explodo junto com o microondas...




Desespero con(stante)tido.



Angel(alguém ou até mesmo niguém)- 26/08/2009 - 21h46

~Mais uma sem sentido algum...


~ Chuva cai...
A vida brota
Pelo vidro da janela escolho minha gota e fico na torcida para que ela chegue ao solo antes das outras.
Não foi desta vez...
Lembro de quando me ensinaram a pegar água do filtro sem fazer barulho.
Família de sono leve...
A chuva continua...
Só se escuta ela...
Leve e cheia de reflexos
Iluminada pelo nosso satélite natural.
Folhas se mexem
Árvores dançam a coreografia do vento, estão vivas!
Interessante...
Durante cinco minutos
Vislumbrei a chuva noturna.
Fecho os olhos e sorrio.
Trago pensamentos agradáveis ao meu sono
Me concentro na melodia..
Penso no amanhã...
Toca o despertador...
Obrigada por mais um dia...
Faço questão de que o pé direito pise primeiro.
A vida continua...!



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 23/08/2009 - 20h03

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

~É tudo muito relativo...

~ Como me sinto relativamente à relatividade? Excelente questão. A verdade é que me sinto relativamente desconfortável. Primeiro porque estou mal sentado, depois porque a relatividade do próprio conceito me remete para a relatividade propriamente dita. Para que o conceito seja adquirido tem que o ser por palavras, o que por sua vez me remete para a relatividade da palavra em si. O significado da palavra faz sentido se a palavra serve para outras palavras? Quem proferiu a primeira palavra? Levante-se quem proferiu a primeira palavra e proferiu a palavra “levantar”. E já agora quem inaugurou a palavra “proferir”. Acuse-se, se faz favor.
É tudo muito relativo. E eu só sei que estou mal sentado. Mas… será que estou? Será que estou sentado sequer? Isto é um sofá? Sinto o rabo a queixar-se. Quem inventou as personificações? É mesmo tudo relativo. Estou aqui a divagar se estou mal sentado, ou se quiserem, mal colocado em relação à relatividade, e nem sei se existo. Posso ser o sonho de outra pessoa. Tenho dor? O amor existe? E ainda mais importante, o meu carro existe e o seguro está mesmo em dia? Posso ser produto de um universo paralelo, que até pode nem existir. Ou não. Ou sim. Quem inventou as repetições?Chamem-me todos os filósofos deste mundo, quero falar com eles e explicar-lhes que este monólogo é menos relativo que as suas teorias…


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 11/08/2009 - 18h32

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

~ Egoísmo

~ Respira fundo, esquece um pouco. Isso. A sensação continua rodando sua cabeça e confundindo seus sentidos. Fica calmo, vai passar. É tudo coisa da sua cabeça. Sabe o que é isso? A culpa te rondando. Culpa contra você mesmo, egoísmo, é. Você estragou tudo, não foi? Mas que merda, porque você sempre estraga tudo? Tá, desculpa, eu devia estar cuidando de você mesmo. Apóia a cabeça aqui. Respira fundo de novo. Isso. Tá melhor? Quer um pouco d'água? Sua cabeça balança no ritmo da música. Up, down. Você não tem idéia de como isso me ajuda, saber o que você vai fazer em seguida. Abaixo, agora. Se ao menos seu coração não estivesse tão pequeno... É como se fosse um vácuo sofrendo pressão do ar lá fora, querendo entrar. Porque você não deixa o ar entrar? Nem imagino o que você deve estar sentindo. Quer uma ajuda? Tem algo que eu possa fazer? Não tem sangue, não tem lágrimas. É aquele tipo de dor que sai por debaixo das unhas, pela raiz dos cabelos. Quer mais um cobertor? Você está tremendo. Eu estou tremendo. Ou é tudo a mesma coisa? Eu ainda escuto o seu coração bater, ele ainda está ali, eu juro! Volte! Ainda tem amor no mundo. Não é tão ruim assim... Você precisa ser o pior em todas as coisas? Você procura o melhor que todo mundo tem e o pior que você nem tem. Não deve ser tudo isso. Pára de se contorcer, nem está doendo de verdade. Quer que eu cante para você dormir? E porque diabos está tão frio por aqui? Você está do meu lado, mas eu me sinto tão sozinha... Entendi o motivo do vácuo: o ar está muito poluído por aqui. Não merece te conhecer assim... Não merece conhecer ninguém.



Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/2009 - 02h06

~ vidros coloridos

~ Fechei os olhos e estilhacei todos eles. Opacos, brilhantes e odiosamente delicados, sobre mesas de cristal reluzentes e quebradiças. Arremessei-os pela sala e vi o verde se misturar com o vermelho quando os cacos se espalhavam. Acrescentei um azul à mistura. Gordos, magros, compridos, baixinhos; são todos a mesma coisa quando se quebram. Virei mesas com toda a força que podia, sentindo o vibrar das paredes quando desabavam no chão. Seria capaz de dar risada se não estivesse tão furiosa. Achei umas taças, quebrei-as também, e agora o chão era uma miscelânia tão colorida que me dava dor de cabeça. Isso só me deixou mais nervosa, e agarrei uma coleção de vasos coloridos tão idênticos que me insultavam. Pisei nos cacos que restaram com uma fúria doentia, sentindo o estalar fraco quando quebravam novamente, cada vez menores, até que um pó brilhante grudou na sola dos meus pés descalços - e sangrentos, reparei. Continuei chutando tudo que podia, e cada chute era um protesto contra tudo que era certo, tudo que me lembrava do quanto eu podia ser errada, do quanto eu podia ser horrível. Estilhacei a suavidade, a ordem, o caráter. Agora eu quase não podia ver o branco das paredes, e gritei de raiva, pois até em pedaços eles me impediam de não me importar, e eu não queria. Não queria mais fazer esforço nenhum. Cada caco de cristal refletia tudo que eu não queria mais ver, agora multiplicado mil vezes. Milhares de olhos zangados me fitavam e eu sabia que eram meus. Minha aparência era repugnante, e só o que pude fazer foi lutar mais, mesmo sabendo que era em vão. Desabei e me afoguei em pós multicoloridos, sentindo um prazer histérico ao conseguir diminuí-los o suficiente.Abri os olhos... Minha ira ainda era a mesma.



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/09 - 01h35

~ 12 x n

~ Chorou quando treze eram doze e os diabos já não viriam mais. Desapontei-me. Chorou feio, soluçando como se a cada inspiração três saltos fossem necessários. Conheci a melancolia teatral à força; talvez precise lhe transmitir alguns ensinamentos.
Deveras, eu sempre soube. Não gosto que se desfaçam assim como se eu forjasse planos ardilosos para sobreviver. Nunca fui um canalha aristocrata. Traria orgulho do cabeçalho ao rodapé se soubesse tamanhas engenhocas. Agora vejam, toda essa tempestade! Reconheço uma verdade ínfima, mas de que adiantam os rodeios? Treze dias, e a obsessão carregava-se a cada hora - eu temia. Não podia imaginar, mas fiquei insatisfeito pela ausência de meus instintos; deveria saber que apenas doze horas distintas seriam equivalentes a toda essa franqueza. Confesso que já burlei algumas regras pessoais. Mas não, dessa vez não fora minha culpa! Eu faria muito pior se quisesse. Entretanto - entre, tanto, claro, mais que nunca - tantos dias felizes não foram suficientes, foram? E ela pôde me atirar aos cães com toda a sua dignidade imaculada, ah, diabos! Se conseguisse asas, eu devaneava para longe até que sua fé perdesse um compasso. Quem sabe assim poderia fazê-la ver, poderia tirar de sua face o orgulho cego e mostrar como sofro também? Essa seria a minha prova - a dor, o ácido. Qualquer vivente poderia identificar a minha falta de frieza. Afinal, se pudesse arquitetar, não usaria isso em favor à minha própria sorte? Não condiz com meu célebre auto-sacrifício. Não condiz com a vontade de morrer por ela, e apenas por ela... Nem por mim mesmo conceberia tal feito.




Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/09/2009 - 01h03

~Tempo livre

~ O pouco tempo livre que tive esse final de semana, parei pra pensar...Pensei em quanto é valorizado um simples papel...e em quanto é desvalorizada nossa força de vontade, em quanto somos rotulados e apontados, em quanto as pessoas tiram com a nossa cara, e em quanto chegamos lá em cima, olhamos pra trás e tiramos com a cara delas...
Depois disso senti que precisava de um colo, um abraço longo e demorado,cansei de me sentir sozinha... queria alguém que sentisse sem que eu precisasse falar. Não, não é amor que eu preciso, é refúgio...
Resolvi sair no quintal, e admirar a vista maravilhosa que tinha da noite, e me apoiei na coisa mais simples, me dei conta que se até mesmo as estrelas birlham na escuridão, por que não eu?Ví que o tempo me enfraqueceu...Que na verdade, não era a carga que eu tinha que me incomodava, mas o tempo que eu fiquei com ela. É como segurar um copo d’água, passa-se um minuto, está tudo bem, 10 minutos ele já começa a pesar, e se você ficar segurando um dia inteiro, é possível que a tendinite venha te atormentar... Viver é lutar, avançar, criar, superar-se, crescer e esquecer. E isto requer coragem...: Quero, um dia, poder dizer às pessoas que se identifiquem com esse texto ( e as que não, também) que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/2009 - 00h01