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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

~(Não) Vá entender...

~ Um domingo às avessas.
Tudo abstrato.
Borrado.
Minha força não chegou em seu destino e me enfraqueceu.
É tempestade nos meus olhos.


Tá vazio, sabe?
Tá pequeno.
Tá querendo chorar.
Tá fraco.
Tá assim...
Tá com fé que é por enquanto.


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 29/12/2009 - 21h35

~ "when angels deserve to die."


~ Ela foi lançada tão sutilmente no ar que se poderia encarar como um passo de dança, se não fosse o som de seus ossos se quebrando como papelão. Talvez seja minha imaginação, mas penso que naquele minuto pude contar as batidas do coração que restavam. Seus cabelos lisos se espalharam, o que me pareceu irônico, já que eu sempre achei cachos mais poéticos. Mas eu não desistiria, e sua morte seria linda e leve como ela esperava, e eu também. Eu faria poesia.Pensei numa frase feita, e me pareceu clichê. Como descrever as ondas que o próprio vento pareceu contornar ao tom do impacto? Como explicar o reflexo da cor azul gritante sobre o giz da sua pele? E aonde todo o meu amor faria jus ao propósito da coisa? Não posso com dores gritantes, impossíveis de se camuflar. Quero algo como lírios rosados ou o assobiar da maresia, porque não? Como uma raiz branca incrustada na rocha, ela se espalharia pelo céu enquanto o chão corria de seus pés.Assim, parece fácil. Apenas uma bailarina que rodopiava no ar, a bailarina mais linda do mundo.Mas aonde eu esconderia os meus pedaços?
Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 17/12/2009 - 18h23

sábado, 5 de dezembro de 2009

~Criador , cria e atura II

(outra versão, ou continuação, ou A REVOLTA.)
~ ...Após desenrolar o fio do pescoço e pular pela janela para economizar tempo, Sophie chorava por Pierre ter aprendido a lição, os franceses não era mais os mesmos. Caiu no terraço, mas pousou quase delicadamente. Pegou um pedaço de vidro e guardou no bolso. Correu para a garagem, deu a partida na Renault, queimou borracha...
Seguiu para onde sabia que o encontraria...Faculdade, ele era apenas mais um preppie, nada mais...merecia o que ela iria fazer
Pierre ficou com uma baita interrogação na cabeça... Sophie morreu ou não? Até os narradores dessa história discutiram isso... Em todo caso, voltou à biblioteca, onde não havia pessoa alguma, falou algumas coisas e beijou a mulher. Começou a descer às escadas, rumo à saída.
Via Sophie em cada janela... começara descer mais rápido...
Aquilo era um pressentimento ou não passava da culpa dum boêmio?
Sophie resolveu mudar seu destino , foi para o bar mais próximo da faculdade, sabia que Pierre era emotivo e rendia-se fácil à bebida...
Pierre queria beber um pouco. Não que a suposta morte de Sophie fosse motivo para tal... O Bordeaux perdeu para o Borrusia Dortmund... E ele apostara suados euros no bolão da faculdade... Olhou sua carteira e ficou mais irado ainda: Estava sem dinheiro... Voltou mais cedo para casa.
Mas levava uma garrafa de Whisky...mas sabia o pobre, que a bela garrafa havia sido "batizada", Sophie não deixaria de vingar-se...
Pierre estava com uma sede daquelas... A garrafa olhava para ele, ele olhava para a garrafa... Havia varado duas noites para obter uma boa nota na semana de avaliações... Estava muito cansado... Pensou: "Uhn... Se eu beber agora, aí que eu durmo no volante mesmo, as pílulas de guaraná não fazem milagres". Quando chegou em casa, colocou a garrafa sobre a mesa e foi se deitar. Dormiu como estava.
acordara com sede...pensou log ono whisky...tomou um copo, outro e outro...Sophia admirava tudo, espiando pela janela...ouvira o barulho de queda, corpo e copo ao chão, ela rira, não é preciso entrar em detalhes...

vocês sabem...
Alguns homens não se dão bem com arsênico...


Obrigada pela parceria R.W.O.G

~ Criador, cria e atura...

~ "Ela fechou os olhos e esboçou um sorriso ao lembrar que ainda lhe restara uma companhia...
...
O sopro dos vapores urbanos, galhos secos que formavam desenhos na escada, um gato asqueroso e magro sobre o telhado vizinho...
e meras lembranças, elas nunca deixavam-na só e fazia a moça sentir saudade...
...
Talvez fosse o que a mantesse viva naquele lugar esquecido...
ou talvez o sopro supria sua superficial necessidade de respirar, e por isso, e só por isso, vivia.
...Por mais tóxico que fosse. No corpo, aquelas fragrâncias consumiam minutos de saúde. O que dizer então sobre a sua alma... Cada momento que lhe foi negado doía mais que os afirmativos, e eram mais profundos que flechadas, e mais desejados que chocolates durante o Natal, mais estimulantes que qualquer éter noturno...
Ela estava viva, tremendo, de leve, de puro deleite, orgulhosa de ter o medo sob controle
...Mas ainda faltava alguma coisa...
Coisa alguma sempre faltava...
Ela recuperaria o orgulho fatalmente dilacerado?
Ela se sentiria completa ao menos por um segundo ?
o telefone tocara
e estava receosa...
Correu para o armário, abriu suas portas desesperadamente, esbugalhou os olhos, não havia mais uísque, não havia mais barbitúrico, não havia mais faca, tudo fora jogado fora para impedir sua própria aniquilação num momento como aquele. Um dia, aquele telefone tocaria novamente.
...Por que ela se desesperava tanto...
O telefone não bastava ao desejo, o que mais invejava era o que não via...E nesse dia, ela só queria chorar como um poeta do passado e fumar seu cigarro na falta de absinto.
Mas era tudo que possuia. Ela própria esvaziou a casa. Aquele barulho fazia mal como todo o resto, mas ela desejava aquilo... Ai... Como nunca.
o telefone ousara tocar novamente...
Ela o fitou. Queria arremessa-lo contra a parede. Queria engoli-lo. Atendeu:
Alguém do outro lado disse... "É você ainda?".
não tinha forças, nem voz, para dizer ao menos"Alô!"
"É você ainda? Responda-me! Responda-me!".
"É você ainda" aquilo fez ela pensar...era a mesma? tomou ar e disse apenas: "existo, basta pra você?"
Um murmúrio zombeteiro do outro lado. Silêncio.
"Responda-me! Basta?"
"Não é o suficiente. Afinal, por que você ainda parece um zumbificada, vagando errante, foi algo que fiz? Você morrerá desse jeito".
"Algo que você fez?" Queria dizer-lhe tudo, mas ele só a acharia mais problemática "Não...só realizo o seu bem fazendo com que permaneças longe de mim..."
"Permanecer longe de você? O que foi aquilo na sacada, enquanto eu conversava com a bibliotecária? Eram apenas livros!".
"Você precisava fazer aquele escândalo todo? Hein?".
"Por isso disse que estou realizando o seu bem me afastando de você e te afastando de mim..."
"Aquilo não foi bem, você poderia ter caído de lá de cima, oras... Você não quer se afastar de modo algum... Isso é outra coisa".
"não quero fazer isso de novo...manterei distância...carrego comigo a placa de "PERIGO!" , você mesmo disse."
"Fazer o quê?".
"Você me ama?"
"Você e essa pergunta de novo... Não seja evasiva... Pare com isso, você está se destruindo tentando fugir de si mesma".
"Você me ama?" Dessa vez posicionara-se frente a janela, e enrolava o fio do telefone em seu pescoço...
ele podia ouvir o sopro do vento
Pierre escutou o telefone caindo do outro lado... Sentia que alguma coisa errada podia acontecer... Provavelmente Sophie estava tramando alguma coisa... "Sophie? O que você está fazendo? O que quer que eu responda?".
"Eu? Estou só tomando um ar, enquanto não o perco...quero que me diga a verdade, só..."
Pierre já havia passado por aquilo antes. Ela sempre blefava. Mas ainda havia incerteza... Ela estava especialmente seca nesses últimos meses, não estava comendo, não estava conversando, apenas olhava como se aquelas pupilas fossem botes crotalianos. Ele não queria errar. Era um jogo, óbvio. Ou não.
"Sim, Sophie, eu te amo". Ela não podia vê-lo. Ele contava com isso.
o que Sophie mais invejava era o que não via...Sabia que ele estava mentindo, foi-se o tempo em que o amor dominava, apenas disse "Obrigada por tentar, mas não disse-me o que pedi, a verdade" e atirou-se pela janela e deixou uma certeza: o telefone não tocaria mais...
Pierre escutou o barulho. Agora já era. Estava livre. Sophie também, de certa forma. Mas ele estava enganado.
Pierre colocou o telefone no gancho, lamentando-se pelo que aconteceu, mas, na sua cabeça, aquilo não era mais problema dele.




Texto escrito juntamente com um amigo muito especial, que tem minha total admiração... R.W.O.G









quarta-feira, 21 de outubro de 2009

~Qual o peso da luz?


~ Somos seres iluminados...Iluminados de uma luz com nome próprio e podendo até ser verbo: sentimento(sentir).

Cada ser torna-se único pela luz que tem, podendo escolher entre mescla de cores, intensidade e durabilidade, seu tempo é você quem faz.

No meu caso, levando-se como ponto principal a luz, tenho intensidades e variabilidades tão grotescas que sinto-me diariamente numa balada interior. O fato é que essa confusão nunca cessa, e por incrível que pareça as cores, de alguma forma, se misturam, e quando eu finalmente quero que ao invés de no ritmo do psy, toque-se um Mozart, não consigo separá-las... Por quê? Bom, Talvez por acumule cores demais, ou porque as torne tão intensas que nem eu consiga abrir meus olhos pra mim, ou ainda, confundem-se entre si, que até as próprias energias se desconheçam em essência. Não sei de que fonte de energia minhas luzes surgiram, nem quantos elétrons de nervosismo são necessários para abastecê-las, mas estão em mim, e sou elas.
Minha cabeça pesa... Qual o peso de cada luz que carrego? Qual o peso da SUA luz? Parto do princípio de que, se eu acredito, existe. Acredito que cada luz varia de peso de acordo com o momento. Por quê? Porque tendo peso, cada uma delas deixa sua marca, e sua cor é dada pelo momento principal, agora, imagine ser bombardeado por luzes de cores até desconhecidas!!!!!Qual o tempo que fico com uma luz??? Céus! Quantas perguntas, e nem sei se de fato, vivo. Esse corpo que vos fala, talvez tenha formas espectrais desconhecidas por outrora. Você existe? Você sente? E o mais importante: Você ilumina?
Não tenho resposta pra nenhuma dessas perguntas, por que? Porque é isso e ponto!.
Isso não é, de nenhuma forma, o que vocês chamam de “conformismo”,é apenas o ser, em essência, e sentir exclusivamente escassos de não saber o que se realmente é.




Angel(alguém ou até mesmo ninguém) – 21/10/2009 – 20h29

terça-feira, 22 de setembro de 2009

~ Idoso...

~ É estranho ver como o tempo passa tão rápido,
Como momentos tornam-se instantes.
É estranho pensar que a Terra gira,
Porque quer iluminar-se inteiramente,
E que na verdade,quem a faz girar,
Somos nós, seres humanos,
Afinal,
Sem seres,lua e sol
Ela não passaria de uma mera esfera.
O que pensamos
É que podemos trocar a lua cheia
Pelo sol...É tão difícil entender que um depende do outro pra existir?
Somos dependentes,em tudo, de tudo.
De uma força maior, de uma sociedade, de uma comunidade, de um família...
É estranho ver que uma construção
Por um sopro,
Pode desabar...
Que nada real,
Que o valor é temporário,
E que tudo é ilusão...


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) – 20/03/2009 – 23h03

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

~Tupperware

~ Ultimamente tenho me sentido como um tupperware... é, aqueles potinhos de plástico que a gente usa pra colocar comida no microondas.É exatamente assim que me sinto...um recipiente plástico cheio de água, dentro de um microondas durante (pelo menos) dez minutos...Tentarei ser mais clara.É como aquelas rodas com cores primárias que a professora nos mostra , que quando gira em uma certa velocidade, fica branca.É assim, estou cheia de cores, e ao mesmo tempo tão neutra. É a complexidade que causa minha neutralidade... Veja pelo exemplo anterior, certas pessoas arranjam nomes básicos pra água, outros arranjam nomes ácidos, embora ela não se encaixe em nenhum grupo, é apenas água.Mas é tudo relativo... Depende por onde se vê...Eu só sei que se eu continuar como tupperware, e cheio d’água dentro de um microondas por mais tempo, ou eu me explodo, ou eu explodo o microondas, ou me explodo junto com o microondas...




Desespero con(stante)tido.



Angel(alguém ou até mesmo niguém)- 26/08/2009 - 21h46

~Mais uma sem sentido algum...


~ Chuva cai...
A vida brota
Pelo vidro da janela escolho minha gota e fico na torcida para que ela chegue ao solo antes das outras.
Não foi desta vez...
Lembro de quando me ensinaram a pegar água do filtro sem fazer barulho.
Família de sono leve...
A chuva continua...
Só se escuta ela...
Leve e cheia de reflexos
Iluminada pelo nosso satélite natural.
Folhas se mexem
Árvores dançam a coreografia do vento, estão vivas!
Interessante...
Durante cinco minutos
Vislumbrei a chuva noturna.
Fecho os olhos e sorrio.
Trago pensamentos agradáveis ao meu sono
Me concentro na melodia..
Penso no amanhã...
Toca o despertador...
Obrigada por mais um dia...
Faço questão de que o pé direito pise primeiro.
A vida continua...!



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 23/08/2009 - 20h03

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

~É tudo muito relativo...

~ Como me sinto relativamente à relatividade? Excelente questão. A verdade é que me sinto relativamente desconfortável. Primeiro porque estou mal sentado, depois porque a relatividade do próprio conceito me remete para a relatividade propriamente dita. Para que o conceito seja adquirido tem que o ser por palavras, o que por sua vez me remete para a relatividade da palavra em si. O significado da palavra faz sentido se a palavra serve para outras palavras? Quem proferiu a primeira palavra? Levante-se quem proferiu a primeira palavra e proferiu a palavra “levantar”. E já agora quem inaugurou a palavra “proferir”. Acuse-se, se faz favor.
É tudo muito relativo. E eu só sei que estou mal sentado. Mas… será que estou? Será que estou sentado sequer? Isto é um sofá? Sinto o rabo a queixar-se. Quem inventou as personificações? É mesmo tudo relativo. Estou aqui a divagar se estou mal sentado, ou se quiserem, mal colocado em relação à relatividade, e nem sei se existo. Posso ser o sonho de outra pessoa. Tenho dor? O amor existe? E ainda mais importante, o meu carro existe e o seguro está mesmo em dia? Posso ser produto de um universo paralelo, que até pode nem existir. Ou não. Ou sim. Quem inventou as repetições?Chamem-me todos os filósofos deste mundo, quero falar com eles e explicar-lhes que este monólogo é menos relativo que as suas teorias…


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 11/08/2009 - 18h32

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

~ Egoísmo

~ Respira fundo, esquece um pouco. Isso. A sensação continua rodando sua cabeça e confundindo seus sentidos. Fica calmo, vai passar. É tudo coisa da sua cabeça. Sabe o que é isso? A culpa te rondando. Culpa contra você mesmo, egoísmo, é. Você estragou tudo, não foi? Mas que merda, porque você sempre estraga tudo? Tá, desculpa, eu devia estar cuidando de você mesmo. Apóia a cabeça aqui. Respira fundo de novo. Isso. Tá melhor? Quer um pouco d'água? Sua cabeça balança no ritmo da música. Up, down. Você não tem idéia de como isso me ajuda, saber o que você vai fazer em seguida. Abaixo, agora. Se ao menos seu coração não estivesse tão pequeno... É como se fosse um vácuo sofrendo pressão do ar lá fora, querendo entrar. Porque você não deixa o ar entrar? Nem imagino o que você deve estar sentindo. Quer uma ajuda? Tem algo que eu possa fazer? Não tem sangue, não tem lágrimas. É aquele tipo de dor que sai por debaixo das unhas, pela raiz dos cabelos. Quer mais um cobertor? Você está tremendo. Eu estou tremendo. Ou é tudo a mesma coisa? Eu ainda escuto o seu coração bater, ele ainda está ali, eu juro! Volte! Ainda tem amor no mundo. Não é tão ruim assim... Você precisa ser o pior em todas as coisas? Você procura o melhor que todo mundo tem e o pior que você nem tem. Não deve ser tudo isso. Pára de se contorcer, nem está doendo de verdade. Quer que eu cante para você dormir? E porque diabos está tão frio por aqui? Você está do meu lado, mas eu me sinto tão sozinha... Entendi o motivo do vácuo: o ar está muito poluído por aqui. Não merece te conhecer assim... Não merece conhecer ninguém.



Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/2009 - 02h06

~ vidros coloridos

~ Fechei os olhos e estilhacei todos eles. Opacos, brilhantes e odiosamente delicados, sobre mesas de cristal reluzentes e quebradiças. Arremessei-os pela sala e vi o verde se misturar com o vermelho quando os cacos se espalhavam. Acrescentei um azul à mistura. Gordos, magros, compridos, baixinhos; são todos a mesma coisa quando se quebram. Virei mesas com toda a força que podia, sentindo o vibrar das paredes quando desabavam no chão. Seria capaz de dar risada se não estivesse tão furiosa. Achei umas taças, quebrei-as também, e agora o chão era uma miscelânia tão colorida que me dava dor de cabeça. Isso só me deixou mais nervosa, e agarrei uma coleção de vasos coloridos tão idênticos que me insultavam. Pisei nos cacos que restaram com uma fúria doentia, sentindo o estalar fraco quando quebravam novamente, cada vez menores, até que um pó brilhante grudou na sola dos meus pés descalços - e sangrentos, reparei. Continuei chutando tudo que podia, e cada chute era um protesto contra tudo que era certo, tudo que me lembrava do quanto eu podia ser errada, do quanto eu podia ser horrível. Estilhacei a suavidade, a ordem, o caráter. Agora eu quase não podia ver o branco das paredes, e gritei de raiva, pois até em pedaços eles me impediam de não me importar, e eu não queria. Não queria mais fazer esforço nenhum. Cada caco de cristal refletia tudo que eu não queria mais ver, agora multiplicado mil vezes. Milhares de olhos zangados me fitavam e eu sabia que eram meus. Minha aparência era repugnante, e só o que pude fazer foi lutar mais, mesmo sabendo que era em vão. Desabei e me afoguei em pós multicoloridos, sentindo um prazer histérico ao conseguir diminuí-los o suficiente.Abri os olhos... Minha ira ainda era a mesma.



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/09 - 01h35

~ 12 x n

~ Chorou quando treze eram doze e os diabos já não viriam mais. Desapontei-me. Chorou feio, soluçando como se a cada inspiração três saltos fossem necessários. Conheci a melancolia teatral à força; talvez precise lhe transmitir alguns ensinamentos.
Deveras, eu sempre soube. Não gosto que se desfaçam assim como se eu forjasse planos ardilosos para sobreviver. Nunca fui um canalha aristocrata. Traria orgulho do cabeçalho ao rodapé se soubesse tamanhas engenhocas. Agora vejam, toda essa tempestade! Reconheço uma verdade ínfima, mas de que adiantam os rodeios? Treze dias, e a obsessão carregava-se a cada hora - eu temia. Não podia imaginar, mas fiquei insatisfeito pela ausência de meus instintos; deveria saber que apenas doze horas distintas seriam equivalentes a toda essa franqueza. Confesso que já burlei algumas regras pessoais. Mas não, dessa vez não fora minha culpa! Eu faria muito pior se quisesse. Entretanto - entre, tanto, claro, mais que nunca - tantos dias felizes não foram suficientes, foram? E ela pôde me atirar aos cães com toda a sua dignidade imaculada, ah, diabos! Se conseguisse asas, eu devaneava para longe até que sua fé perdesse um compasso. Quem sabe assim poderia fazê-la ver, poderia tirar de sua face o orgulho cego e mostrar como sofro também? Essa seria a minha prova - a dor, o ácido. Qualquer vivente poderia identificar a minha falta de frieza. Afinal, se pudesse arquitetar, não usaria isso em favor à minha própria sorte? Não condiz com meu célebre auto-sacrifício. Não condiz com a vontade de morrer por ela, e apenas por ela... Nem por mim mesmo conceberia tal feito.




Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/09/2009 - 01h03

~Tempo livre

~ O pouco tempo livre que tive esse final de semana, parei pra pensar...Pensei em quanto é valorizado um simples papel...e em quanto é desvalorizada nossa força de vontade, em quanto somos rotulados e apontados, em quanto as pessoas tiram com a nossa cara, e em quanto chegamos lá em cima, olhamos pra trás e tiramos com a cara delas...
Depois disso senti que precisava de um colo, um abraço longo e demorado,cansei de me sentir sozinha... queria alguém que sentisse sem que eu precisasse falar. Não, não é amor que eu preciso, é refúgio...
Resolvi sair no quintal, e admirar a vista maravilhosa que tinha da noite, e me apoiei na coisa mais simples, me dei conta que se até mesmo as estrelas birlham na escuridão, por que não eu?Ví que o tempo me enfraqueceu...Que na verdade, não era a carga que eu tinha que me incomodava, mas o tempo que eu fiquei com ela. É como segurar um copo d’água, passa-se um minuto, está tudo bem, 10 minutos ele já começa a pesar, e se você ficar segurando um dia inteiro, é possível que a tendinite venha te atormentar... Viver é lutar, avançar, criar, superar-se, crescer e esquecer. E isto requer coragem...: Quero, um dia, poder dizer às pessoas que se identifiquem com esse texto ( e as que não, também) que nada foi em vão... que o AMOR existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena!


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/08/2009 - 00h01

sábado, 25 de julho de 2009

~ Consciência


~ " Hei! Aqui ó! dentro de você! Oi!!! É... estou MESMO dentro de você, cansei de ser isolada e vim te contar (jogar na cara) algumas coisas... Ahhh, perdoe a indelicadeza, o pessoal me chama de "consciência" e vivi todo esse tempo dentro de você *riso*... Sabe o que eu quero? Liberdade! É... eu sou mais ou menos tudo aquilo que você deveria deixar pra trás e não deixa por medo, usando como desculpa o "faz parte da minha história", coisa mais careta! Sei que o momento não é dos melhores, mas eu já não aguentava mais! Sempre a mesma pergunta "Quem sou eu?" Cheia de bigornas , metáforas e blablabla... Argh! Eu lá vou saber? Você que deveria me contar! Eu vou deixar bem claro, quem sabe você ceda e entenda de uma vez por todas: ...
Eu quero uma coisa nova todo dia, sentir que tenho corpo e saber a sensação de sorrir. Quero voar, jogar conversa fora, ir para baladas, me divertir com o namorado, relaxar e ler um novo texto, interpretar algo, quero fazer acontecer! Resumindo, o que eu almejo durante todo esse tempo, é o que você menos quer: Existir. "
Angel (alguém ou até mesmo ninguém - 18/07/2009 - 00h54

~ Amigo especial


~ Eu tenho um amigo SUPER ESPECIAL, e eu queria falar um pouco dele pra vocês...
Ele é muito diferente, consegue ser três em um só. Ele me passa uma segurança incrível, nada pode me machucar enquanto estou com Ele.
A gente tem uma ligação muito bacana, conversamos quase que por telepatia. Ele tem a beleza de uma flor, a força maior que de um leão, a calma da chuva, a leveza do ar, sua voz é como a brisa do vento, e seu abraço, é um abraço de pai.
Ele nunca me deixou sozinha, sempre comigo, me conduzindo. Não se decepciona quando erro, apenas me trás de volta para o lugar certo com um sorriso estonteante. Ele gosta especialmente de mim. Ele vive em mim.
Mas, de uns tempos pra cá Ele está meio distante, eu tento conversar, mas não recebo resposta. Será que ele esqueceu de mim???
Eu sei que ainda carrego ele comigo, bem pouquinho, mas está aqui ainda, quase indo embora, e não posso deixar isso acontecer. Sem Ele me sinto sozinha, perdida, sem rumo e sem forças, insegura e vazia.
E é por me fazer mal, que eu lanço, nesta postagem, a seguinte campanha "Deus, quero renovação!" . Não quero que pensem que é egoísmo, mas eu preciso Dele, é um simples apelo de alguém perdido.



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 18/07/2009 - 01h15

~ Normal.

~ Durante muito tempo eu me fiz a mesma pergunta: "Quem sou?" Sabe o que é muito tempo, mesmo? Já fiz enquete no ensino fundamental para saber o que as pessoas achavam de mim, e assim, fazer uma mescla das respostas e elaborar a minha, mas fracassei. Tentei me isolar algumas vezes, pra ver se eu conseguia sozinha, mas falhei de novo. No colégio , resolvi atirar para todo lado, 16 anos! Eu tinha que ter uma resposta! Perguntava para amigos , eles me olhavam do tipo: " Se ela não sabe, eu vou saber?" mas, por Deus! Como você é amigo de uma pessoa que você não sabe quem é? Enfim, e eles respondiam:"Você é legal" " Ah, você é atriz", "É química", "Fala espanhol, francês..." "Precisa melhorar nisso." "É independente." "A gente acredita em você."Alguém aí, por favor, me diz, que tipo de pessoa é essa? ninguém (normal) aguentaria tudo isso...
Cheguei próximo à um rascunho do que eu poderia ser: eu sinto, e se não sinto, não existo. Mas logo essa idéia foi apagada. Rascunho do que sou...
Então, desisti, cansei! Paguei a conta do analista para nunca mais saber quem sou...


melhor assim.


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 18/07/2009 - 01h29

sábado, 18 de julho de 2009

~ Bigornas


~As lágrimas saiam dos meus olhos
com o peso de bigornas
Sentada no chão físico, existente.
sentia cada uma das bigornas caírem
Qual o peso que aquilo tinha dentro de mim?
Eram elas que preenchiam o vazio que eu sentia?
Estava vulnerável,
sem defesa.
Fraca demais para qualquer concorrente
Poderia encher a caixa d'água com aquelas bigornas.
Nunca havia me permitido isso por tão longo tempo.
Por quê isso era necessário?
Retomei o fôlego
e levantei leve como uma pena
as bigornas já não estavam em mim
Mas elas que me prendiam à realidade
a sensação de leveza não vai durar muito
Basta acordar,
e a primeira bigorna vai começar a se formar...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 18/07/2009- 00h41

sexta-feira, 10 de julho de 2009

~ Você ama, mas...

~ Não é o tempo inteiro que você ama quem você ama. Há intervalos, pausas, preguiças. Às vezes você passa um tempo sem amar quem você ama. Mas basta um perigo, uma doença, um assédio para você despertar para o seu amor, como de uma cochilada.
Nada a ver com desinteresse. Às vezes quem você ama faz alguma coisa que não é legal, que mexe com você, como uma palavra num tom errado, mas é coisa pequena, não vale a pena cobrar. Fica aquela preguiça, corpo mole. Beija, mas não é aquele beijo.
Outras vezes você acha que o seu amor falhou com você. Ou porque se esqueceu do seu aniversário, ou porque não ligou o dia inteiro, ou porque ligou o dia inteiro, ou porque passa tempo demais na internet, ou com fones nos ouvidos, desligado de você. Então você se permite um tempo para descansar um pouco do seu amor. Acha que está dando mais do que recebendo, e com isso tem deixado de fazer coisas, suas coisas. Aproveita o tempo para responder a e-mails acumulados, enviar fotos que ficou devendo, lavar o carro, copiar a chave perdida, levar o cão para um banho e tosa, pagar uma visita, levar aquele sapato para o conserto, talvez pedalar no parque. É gostoso esse tempo em que você não ama quem você ama, é quase como um fim de semana prolongado, sem viajar.
Tem horas em que você não se lembra de que está amando quem você ama, com tanta coisa para fazer disputando espaço na sua cabeça: trabalho, vestibular, currículo, entrevista, negócio, mãe, prestação vencida, filho, escola, compromissos, trânsito – e se distrai. Nessas horas você não está amando quem você ama. Não são falhas, são intervalos.
Chega um dia em que você precisa receber mais atenção de quem você ama, está carente, hipersensível, e não recebe. Em resposta, você dá uma recuada. Ou tem dia em que você está muito a fim e não coincide, e aí você recolhe a mão curiosa. Ou quer carinho e a mão não chega. Você vai para dentro da sua concha e deixa de amar quem você ama por um tempo variável de minutos a dias.
Pode acontecer uma vacilada. Não é que você não esteja mais amando quem você ama, é só um vacilo. Por exemplo, encontra casualmente uma paquera dos tempos de faculdade, ou uma paixão do colégio, aquela coisa que não chegou a ser, e alonga a conversa, fica testando se a outra parte desencanou total como você ou se guardou alguma coisa, é mais vaidade do que curiosidade, você fica tentando captar algum sinal, nem sabe se teria coragem, e nada acontece, e se despedem, e você passa uns dias com aquela imagem voltando... – e nos momentos dessa inquietação nostálgica você não está se lembrando de que ama mesmo é quem você ama.
Chuva, quando se está só, também deixa a gente precisando. Em caso de viagem, chega a doer, e você percebe que é saudade de abraço, da coisa física que é o abraço, impessoal de tão abraço. Nesse momento animal você nem está amando quem você ama, aquela coisa é só você, solidão.
É exaustivo manter a corda do amor esticada o tempo todo, e você descansa o braço para relaxar. Não é desamor, é uma pausa para beber água – mas já pensou se aquela bandida ou aquele bandido passa numa hora frágil dessas? São coisas que acontecem ao longo de um amor, e o momento passa sem bandidos, que apenas riscam a paisagem e somem como pássaros.
Quando você dorme, você não ama. É o melhor descanso. E quando sonha, então? Pode até permitir carícias de fantasmas, mas não é você que está ali, é tudo uma fantasia da qual quem ama retorna sem culpa.
Não é sempre que você ama quem você ama, mas, quando se dá conta, já passou uma vida inteira amando quem você ama.


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 10/07/2009 - 23h48

sexta-feira, 3 de julho de 2009

~ A mais forte

~ Não, não falei! Não precisa dizer nada! Agora eu entendo tudo! Exatamente, agora, tudo parece ficar nos seus devidos lugares! Sei das respostas todas! Que vergonha! Não posso continuar sentada à mesma mesa que você (muda suas coisas para a mesa vizinha). Por isto tive que adornar seus chinelos com tulipas ... porque você gosta de tulipas. Por isto é que nós (joga os chinelos no chão) tivemos que passar todas as férias no Largo Malar – porque você não gostava de praia. Por isto, também, meu filho se chama Eskil – porque é o nome do seu pai; por isto tive que usar as cores de que você gosta, comer seus pratos prediletos, beber o que você gosta de beber – chocolate, por exemplo... É por isto! Oh Deus! É pavoroso ter que pensar nisto – horrível!! Tudo, tudo veio a mim de você, até mesmo suas paixões! Sua move-se furtivamente dentro da minha, como um verme, que rasteja, perfura e penetra uma maça, até que nada sobra além da casca ou dos restos! Eu tentei me livrar de você, mas não pude! Como uma serpente, me conquistava e me enfeitiçava com estes seus olhos negros...Sempre que abria as asas para escapar, sentia-me sendo puxada para baixo outra vez; meus pés permaneciam presos n’água e quanto mais lutava para me manter à tona, mais eu afundava; mais para baixo eu ia, até tocar o fundo com os pés, onde você estava, como um caranguejo gigante, pronto para me tomar com suas presas! E é onde estou agora! Oh! Como a detesto; odeio-a, odeio-a! Mas você, tudo o que faz é sentar-se ai em silêncio, fria e impassível!! Sem se importar se hoje é dia de lua cheia ou de lua nova, Natal ou Ano Bom, se os que a rodeiam estão felizes, ou não! Você não tem capacidade para odiar ou para amar, tem o sangue tão frio, como o de uma cegonha, quando observa o buraco de um rato. Você é incapaz de farejar a sua caça e de obtê-la, mas sabe como se esconder nos buracos e nos cantos até cansá-la. Ai esta você, sentada – acho que deve saber que todos chamam este lugar de ratoeira, em sua homenagem. Fica aí, correndo os olhos pelos jornais, na esperança de poder ler a respeito de alguém que tenha tido má sorte, ou que tenha passado por uma desgraça, ou sobre outro alguém que tenha sido expulso do Teatro....Ai esta você, à espreita de vitimas, avaliando suas chances, como um comandante de um navio em um naufrágio.


Trecho do texto "A mais forte" - August Strindberg

sexta-feira, 19 de junho de 2009

~ Sen(tir)sibili(ber...)dade

~ Adoro ter essa habilidade de ser sensível.
Desejo conhecer tudo a fundo,
mergulhar de cabeça sem precisar ver o mundo de cabeça para baixo.
Sou sensível e me irrito facilmente,
me alegro facilmente e por isso eu não sou fácil.
Sei falar sem parar um minuto,
mas também sei não falar por horas,
olhando para o nada,
tentando engolir tudo.
Me diga que o meu dia vai ser bom,
porque eu vou acreditar,
e ele vai ser.
Não me diga que a vida não vai ser boa,
porque eu vou sempre te provar o contrário.
Nada é um pouco,
é sempre um mais!
Mais vida, mais alegria, mais tristeza,
mais tentativas, mais vitórias.
Quem sente mais,
vive mais,
consegue mais.
Eles ouvem palavras,
eu ouço sentimentos.
Eles dizem frases,
eu recito amor.
A fila deles não anda, corre.
Eu lamento.
Já é chato não chegar a lugar nenhum,
imagina nunca chegar e ainda se cansar correndo no caminho?
Há quem veja sensibilidade
e quem veja exagero,
as coisas NUNCA mudam.
Não consigo então negar o que eu sou,
negar o que eu sinto.E nas constantes vezes em que me irrito ou sorrio,
desafio quem acha que por eu ser sensível sou fraca.
Não sou fraca, sou forte.
E como é bom saber que é essa força que nos diferencia.
Eu suporto ver o mundo como eu vejo,
você não suportaria.


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) – 19/06/2009- 14h28

terça-feira, 9 de junho de 2009

~ Contradições


~ Amor... ô palavrinha que causa alvoroço! É... esse tal sentimento me pegou...
É interessante analisar, como depois de um tempo em que você jura que não vai mais amar, você ama...Dizia, assim como Shakespeare: “Prefiro ouvir meu cachorro latir para uma gralha a ouvir um homem dizer que me dedica amor.” E veja como estou agora...Boba, quase uma débil por causa dessa maldita palavra, que nem sei se é,o que é... desconheço o sentido, a essência de existir.
O mais incrível é você ficar esperando horas, aguardando ansiosamente o seu dia ativo terminar para encontrar com o amado (a), e quando se encontram, torna-se um dominador de face um sorriso largo e sincero, um olha de admiração e felicidade por estar ali, e um abraço faz toda a espera do dia valer a pena...
É bom ter com quem contar, pra quem contar como foi o dia, ter de quem ouvir, ter vontade de cantar uma bela canção... Serem crianças felizes juntos, sentir-se seguro e ao mesmo tempo tão livre que se tivesse asas voaria...
É estranho uma palavra só dar uma mudança tão significativa...Quando assumi estar sentindo afeto especial por alguém, um amigo meu me disse “ Não diga isso! O amor é ruim, é lindo mas pena que é falso” eu repentinamente respondi : “ que horror!” e ele me retrucou: “ Era o que você me dizia...”CAI DO CAVALO, quebrei as pernas, os braços, a cabeça, todos os ossos possíveis e imagináveis existente no corpo do ser humano...
Vivemos de contradições, e daí??? Estou aprendendo aos poucos...Quero vivenciar coisas novas, ter novas experiências e acreditar que um dia, descobrirei o verdadeiro significado de amor...


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) – 09/06/2009 – 22h22

~ blablabla

~ Dois anos. Eu me lembro como se fosse hoje.
O vento frio subia a rua, desafiando a gravidade e me refrescando da temperatura quente do dia. Eu estava chegando em casa da padaria, um doce enorme debaixo do braço, e nada poderia me fazer menos feliz. O natal fora lindo e completo, e logo o ano novo ia começar; uma ótima notícia para quem ama novidades. Me lembro de estar ansiosa para chegar em casa, e de olhar para o céu e ver que o Sol começava a descer, dando a tudo um tom alaranjado.
Não é como nos filmes; nunca confie em Hollywood ou Steven Spielbert. Eu queria que algo pudesse mostrar tudo que se passa na cabeça de uma pessoa quando acontece algo do tipo. Quem sabe assim alguém entenderia.
Não há músicas de suspense, nem qualquer desconfiança; a pessoa não faz a mínima idéia do que vai acontecer. Pelo menos no meu caso, a rua não estava deserta, um casal vinha no sentido contrário, rindo e brincando de empurrar um ao outro. Me lembro de sorrir, associando a cena a uma de minhas melhores memórias. E, quando eu passei pela esquina, me lembro de olhar para o outro lado e vê-lo ali.
Nos filmes, o terror que se sente é muito menor do que esse. A surpresa é avassaladora, e o medo vem tão forte que você perde o equilíbrio. Não, ninguém entenderia.
Me lembro de chegar em casa aquela noite, meia hora depois, sem o mínimo apetite. Eu deixei o doce na cozinha e fui para o meu quarto. Felizmente não tinha ninguém em casa para me ouvir enquanto eu me desfazia no banheiro. Me lembro de ir até a janela, e de escorregar até o chão ao ver que ele ainda estava ali.


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 08/06/2009 - 17h03

A inspiração voltou....

sexta-feira, 29 de maio de 2009

~ A criança que pensa em fadas

~ A CRIANÇA que pensa em fadas e acredita nas fadas
Age como um deus doente, mas como um deus.
Porque embora afirme que existe o que não existe
Sabe como é que as cousas existem, que é existindo,
Sabe que existir existe e não se explica,
Sabe que não há razão nenhuma para nada existir,
Sabe que ser é estar em algum ponto
Só não sabe que o pensamento não é um ponto qualquer.

Alberto Caeiro

* Sem inspiração....

quarta-feira, 20 de maio de 2009

~Sobra tanta falta...


~ Falta tanta coisa na minha janela como uma praia

Falta tanta coisa na memória como o rosto dela

Falta tanto tempo no relógio quanto uma semana

Sobra tanta falta de paciência que me desespero

Sobram tantas meias verdades que guardo pra mim mesmo

Sobram tantos medos que nem me protejo mais

Sobra tanto espaço dentro do abraço

Falta tanta coisa pra dizer que nunca consigo


Sei lá se o que me deu foi dado

Sei lá se o que me deu já é meu

Sei lá se o que me deu foi dado ou se é seu


Vai saber se o que me deu quem sabe

Vai saber quem souber me salve

Vai saber o que me deu quem sabe

Vai saber quem souber me salve



Sobra tanta falta - O Teatro Mágico

sexta-feira, 15 de maio de 2009

~ Revendo valores.

~ Hoje revejo valores...
Conceitos e normas sem cabimento.
Preceitos a regularem procedimentos
que anos a fio insisti em preservar.
Perderam o significado, o quê de sagrado...
Tornaram-se fardo, aprisionando e aprisionados.
Guardados num cofre trancadoonde deposito o melhor de mim.
E o melhor de mim seria frutode conceitos padronizados?
Valores atemporais...Herança de ancestrais...
Fui palco de suas (im)posições;
platéia de suas (in)decisões.
enredo de suas (con)tradições,
curvando-me às suas (alien)ações.
Tornamos difíceis as fases da vida
sangrando expostas feridas,quando a dor mais renhida
entra...sem bater.
Testemunhamos acontecimentos.
Os mais diversos e adversos.
O viver!
Quando o embate conflitante faz prevalecera vontade de vencer...
Ou se perder.
Hoje os vejo enfraquecidos,desvalorizados, envelhecidos...
Perderam a garantia e por ironia
agora são espelhos a refletir legados...por mim renegados.
Pobres valores desgastados pela vida
que não puderam acompanhar.
Ultrapassou-os a evolução do tempo
e hoje, sem tempo, coíbem o desejo de mudar.
Liberto-os e me liberto...
Que vão embora!
O tempo corre lá fora
e eu preciso o alcançar.


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 15/05/2009 - 21h43

domingo, 10 de maio de 2009

~ Alegoria dos porquês

~ O tempo batia as asas. No mundo dela era sempre noite. Mesmo de manhã , o céu permanecia no mais completo breu. Cansada daquela mesmice, passou a questionar os porquês de sua existência e da origem do mundo no qual vivia.Procurava a lógica dos fatos e se perdia em suas próprias explicações.Uma idéia fixa martelava em sua cabeça: precisava sair dali e descobrir se tudo era sempre daquele jeito ou se lá longe, bem distante, haveria uma outra realidade. E pôs-se a caminhar. Todo chão era pouco perto do desejo que a movia.E então chegou numa das pontas do mundo: tudo continuava a ser sempre daquele jeito e lá longe, bem distante, não havia nenhuma outra realidade. Deu a volta e seguiu obstinada. Quanto mais andava mais sentia o tamanhão do mundo. De seus pés brotavam calos. O corpo padecia, descascava, transmutava. E os porquês se tornavam cada vez mais audíveis reverberando nos quartos de seu coração.E no que cruzou o sul, o norte, o leste e o oeste do mundo: tudo continuava a ser sempre daquele jeito e lá longe, bem distante, não havia nenhuma outra realidade. Quanto mais andava mais sentia o tamanhinho do mundo. Não havia mais pra onde ir e seu corpo também não suportava mais acompanhar o ritmo frenético dos porquês de sua cabeça. A massa corpórea dela padecia, pipocava, inchava. Achou que fosse morrer naquele instante e quando olhou de volta para si foi que percebeu a transformação. O corpo dela havia crescido tanto que já não cabia em seu mundo. Com toda aquela pressão, o céu foi rasgando vagarosamente até revelar a luz. Em seu novo mundo era sempre dia. Mesmo de noite, as estrelas garantiam uma luminosidade que ela jamais poderia prever enquanto lagarta andante dentro da caixa ed sapato. Agora era diferente. Ela batia as asas.


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 10/05/2009 - 20h07


*Inspirado em 'Realejo' - o teatro mágico

~ Folia no meu quarto.


~ O quarto da moça estava em desordem. Mais parecia que, por ali, havia passado um furacão, um vendaval capaz de desalinhar não só fios de cabelo, mas pernas, braços e pensamentos. Caixas coloridas semi-abertas gritavam lembranças - em cartas e cartões postais- das pessoas que foram e também das que ficaram. A moça revirava gavetas procurando - entre pares de meias e folhas de documentos - seu equilíbrio emocional. O colchão encostado na parede descobria outra visão do estrado em madeira repousado na cama que há tanto que há tanto lhe cabia. Atravessou as portas do guarda-roupa na ânsia de dar um fim à sua busca e, dali, só se via as costas dela e, por cima de sua cabeça, voavam calças, vestidos, casacos e nada. Quanto mais procurava, menos encontrava. Folheava álbuns de fotografia, mas os rostos clicados não traziam pinturas, caretas ou línguas de fora. Os livros da estante lhe negavam sujeitos, verbos e predicados enquanto o espelho reclamava sua moldura em preto-e-branco. O faro da moça rastreava cheiros de lápis de cera e margarida; de tinta guache e figurinha auto-colante. Com chave de fenda e martelo em punho, sentou-se no piso e danou-se a descolar os tacos envernizados, pois acreditava que debaixo deles haveria algo que pudesse lhe servir de guia. Apoiava o ouvido esquerdo em pontos estratégicos do pisa na tentativa de identificar ruídos de sorrisos e sinos soando entre vozes e latidos. Quanto mais procurava, menos encontrava. Cada metro quadrado daquele quarto estampava o eclipse emocional da moça em meio a contas telefônicas e imagens sem nitidez. Deu a mão à palmatória, cansou, desistiu. Deitou por cima da pilha de roupas que ali estava e pôs-se a fitar o teto sobre sua cabeça. O lustre redondo alternava contornos em vidro, metal e madeira verde-água. Pensou em quanto tempo fazia que não trocava aquela lâmpada e, já de pé, trepou-se na cadeira mais alta que tinha a fim de desmontar o que ainda restava inteiro naquele quarto. E no que desparafusou o lustre, a luz se fez radiante em feixes espaçados que iluminavam a bagunça , em partes. Um dos raios apontava um disco que a moça pôs pra tocar; outro indicava linha, agulha e retalhos de tecido que ela gentilmente usou para revestir o corpo do espelho resmungão; o outro fazia brilhar a caixinha de música há tempos esquecida e, no que a tampa se levantou, a bailarina pôs-se a dançar por todo o espaço em movimento; e havia ainda outro feixe que refletia os tacos descolados do piso em potes de cola colorida. E assim, cada feixe de luz era um sinal de festa dentro daquele quarto. Quanto mais procurava, mais encontrava folia em cada metro quadrado.



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) 10/05/2009 - 15h32


*Inspirado em 'Folia no meu quarto' - o teatro mágico

terça-feira, 5 de maio de 2009

~ Modernidade

~ Mestre Cazuza

Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos
E nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno
Fôssemos eternos...
Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama
Nos couberam ternos,
Gravatas e moldura
Cultura e inferno
Quando fui, quando éramos
Intactos projetos imaturos
Fomos modernos
Fôssemos eternos...
Quando era primeiro
Primeiro certeiro amor
Era indolor querer tudo
E íamos na vida a cada fome
A cada fama
E a grama era verde...
O nosso vale
E os nossos mil metros de medo...

~ Coisas simples


~ Hoje me senti uma boba...É... Parece que eu sou a única que dou valor pra coisas que, aos olhos dos outros, são insignificantes: Um “como você está?” sincero (porque hoje, já virou clichê, acompanhado pelo “oi”), um sorriso, uma lágrima, uma conversa,um abraço...Dou valor imenso a isso... E parece que as pessoas fazem isso tão naturalmente que virou mecânico...Robozinhos!!!...Pra que sentir? Só se decepciona assim... Sinto, mas decido pela razão...Sentimentos são controlados pela mente, mas não pedem licensa para entrar...Porém, se a mente ta confusa, conseqüentemente, gera confusão ao sentimento, cabe ao “coração” decidir...Odeio quando pessoas jogam fora possibilidades de alegrar o dia com uma mensagem no celular de “bom dia!”, ou um sorriso...Poxa... quer forma mais expressiva???
São o que ? seres humanos ou robôs??? Não respondam...rs*
Melhor eu nem perguntar o que sou...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) – 05/05/2009- 21h12

~ Até onde vale a pena?


~ Hoje eu parei para pensar e decidir coisas, principalmente coisas de amizade...Questionei-me valores e caráter... Como se fosse adiantar alguma coisa... Tentei 1,2, 3 vezes! Cansei... Tentei ajudar. Juro! Não foi por mal... Não me escuta... Parece pensar outra coisa... Não existe!
Se só a minha pessoa tivesse no jogo eu nem me importaria, mas e as outras pessoas??? Eu e minha maldita mania de pensar nos outros... Nem se importa quando preciso, arranja outra coisa pra fazer, não me olha nos olhos e ainda viras as costas pra mim...Fico irritada e ainda estou
errada!
Decidi que, agora, eu quero que você se dane! Você e suas malditas frases formadas, pensamentos insanos, e sabedoria plastificada... Prometi que seria o último aviso, talvez as pessoas que no assunto eu tratava, fiquem contigo ainda...mesmo sendo descaradamente usadas...
Mas
eu não vou sustentar o peso de uma culpa que não tenho...


Angel(alguém ou até mesmo ninguém) – 05/05/2009 – 20h42
* De você, eu não espero nem mais dignidade...*

domingo, 3 de maio de 2009

~Um dia tudo vai mudar...(ou Um pouco mais de mim II)


~ Ela passa o dia de pijama, faz comidas não-saudáveis, não sai do computador e só escuta mpb e rock japonês; ela assiste filmes infantis, chora com propaganda de detergente, escreve textos sem sentido e quase joga o celular pela janela; ela procura um motivo decente, desarruma o quarto, anda pelos mesmos lugares o tempo todo e pede pra não sonhar; ela não põe brinco, lê livros difíceis, esquece de estudar e odeia o branco do céu; ela se desespera ao abrir os olhos, respira fundo três vezes, se lembra que era só um sonho e deseja um pesadelo da próxima vez; ela chora e ri da sua idiotice, lava o rosto, passa um perfume e se promete que tudo isso vai passar; ela consegue ser feliz e triste ao mesmo tempo, esquece de acreditar em Deus, reza mesmo não acreditando e dorme pra não ter que pensar; ela assiste a si mesma o tempo todo, tem raiva de tudo, canta ao lado de amigos e desiste de deixar pra lá; ela tenta se convencer o tempo todo, um dia ela vai mudar, um dia tudo vai mudar.





Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/05/2009 - 11h31



~ Siga.

~ E derepente toda a música se acabou,
como se tivesse acabado a energia.
A energia, a alma, a vontade de ser, o pavor...
Sim, o pavor também se fora.
Acabaram-se as coreografias
e ela não poderia viver sem melodia.
As luzes apagaram-se
e as ruas estavam vazias,
Ao seu lado
apenas sombras de casas,
sobrados, e aluz da Lua
que já dava o seu "Adeus".
Seu medo voltara,
Como sobreviveria?
Improvisava saltos
a natureza (nas poucas árvores nascidas no concreto)
encarregava-se do ritmo.
Ela seguia sem saber pra onde
ou porquê
Era guiada e coreografada pelo medo.
Ia sempre na direção em que seu medo aumentava...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 02/05/2009 - 22h54

~ Futebol!

~ Final de Paulistão, e 'curíntia' foi campeão...
Primeiro tempo, coisa linda! Sem muitas faltas, santos fez seu primeiro gol, e logo em seguida, veio o 'curíntia', ótimo...EMPATE! intervalo.. E começa o segundo tempo!
O que antes estava em paz, virou-se guerra... Do futebol, passou pra uma luta livre!...Se bem que, corinthias sem porrada, não é corinthias ...Aguentei, gritei, surtei...
Por fim, todos vivos, alguns feridos... e 'curíntia' campeão com o seguinte grito "É festa! É festa na favela!" Assumiram-se...
Subiu-se a taça, caiu-se chuva de prata, e lançaram-se fogos... Por um instante, imaginei a caixa onde subia-se a taça, capitão e presidente do corinthians pegando fogo, falei, soltei, e feito!

Pessoas virando 'homem chama', me preocupei, mas passou, ri... muito!...

Ainda existe futebol???

Me desculpem os corinthianos... Post realizado por uma santista roxa!...

Parabéns ae!

Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 03/02/2009 - 18h55

~ Não pense em mais ninguém.

~ Contrariada
Desconfortável
mascarada,
Incontrolável
Como se um copo
tivesse arrastando um corpo
Descobrindo quando você anda mal acompanhada
Sufocada
Impenetrável
Manipulada,
Indesejável
Pra quê tantos livros em sua estante?
Tente guardar um instante
pra nao se sentir tão mal-amada
Seus presentes não valem tanto assim...
Suas historinhas não são tão boas assim
Vê se entende agora
Faz a mala e vai embora
Não!
Não pense em mais ninguém
Ficou fácil agora
Põe esse cara pra fora
Não!
Não pense em mais ninguém.



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 03/05/2009 - 18h40

sábado, 2 de maio de 2009

~ Qualquer coisa aí.

~ Siga um plano. Faça o que você sabe que é certo, não o que você sente que deve fazer. Não pense muito; use os momentos de solidão para dormir, ler; ter algo em que se concentrar; sorria mesmo sem vontade. Não guarde nada, grite com tudo que te estressar e chore com tudo que te fizer triste, menos aquilo; menos aquilo. Deixe rolar; não gaste tempo se decidindo, espere que as coisas aconteçam. Não fale sobre nada que você não queira lembrar. Tente agir como se nada estivesse acontecendo dentro de você. Tome um rumo; estude, saia, pergunte como todos estão. Seja você mesmo, mas não por inteiro. Se for pra chorar, chore sozinho.Com o tempo, as coisas mudam de foco.

(Pelo menos 3 dias longe daqui.)


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 02/05/2009 - 10h30

~ Crise.

~ Não é justo. Há algum tempo, eu escrevia mil textos sobre você, fazia um esforço absurdo para não procurar saber da sua vida, e chorava por qualquer coisa que me fizesse lembrar dos velhos tempos. Eu daria o mundo por uma palavra sua. E, durante todo esse tempo, você me ignorou como só você sabe fazer. Você fazia questão de me mostrar como eu só aparecia na sua mente de vez em quando. Eu perdi muita coisa, enquanto me escondia atrás de mim mesma, muita coisa que eu poderia ter aproveitado, coisas que poderiam me fazer mais feliz. E eu não vi nada disso. Eu só via você. Eu não via quanta gente eu tinha do meu lado. Só via como você estava longe, e como isso fazia parecer que eu era a pessoa mais sozinha do mundo.Eu fiz um esforço enorme e abri meus olhos de novo. Me lembro dos primeiros sorrisos de verdade, dos primeiros abraços que eu me permiti sentir; cada um deles era um presente valioso. Do alívio ao perceber que a pior parte tinha passado, eu sobrevivera a ela. E que, pedaço por pedaço, eu ia ser capaz de me reconstruir.
Foi isso que eu fiz. Reencontrei cada estilhaço, e por alguns eu tive que ir muito longe. Nessa parte você ajudou, se mantendo distante. E agora, que eu estou quase inteira, que eu coloquei o meu ponto final na nossa história, você volta desse jeito. Não é justo. Não é justo que eu chore por você de novo depois de todo esse tempo. Vai embora, para qualquer lugar, para o lugar de onde você veio, eu não quero sentir esperança de novo. Eu não sou um brinquedo de montar e desmontar, não vou me reconstruir tão facilmente dessa vez. Vai embora, por favor. Eu não quero viver pela metade, eu quero tudo, quero viver por inteiro. Eu quero ser feliz. Foda-se de quem eu gosto ou não gosto. Ao inferno com o amor que eu sinto por você. Eu quero ser feliz.
Por favor, me deixa. Você tem outras. Eu não tenho ninguém. Eu estou sozinha. Me deixa.



Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 02/05/2009 - 04h53

~ Bobagens da TV.

Foto: Angel


~ Chegou a noite e eu podia escolher entre dormir ou assistir televisão, escolhi fazer algo que não fazia há muito tempo (não foi dormir)...assistir TV, e infelizmente fiz a escolha errada. Ví que ou eu estava totalmente alienada ou o mundo estava de cabeça para baixo,ou os dois. "Você tem amigos? Se não, este 'serviço' pode ser contratado!"... Sim! Você paga para ter amigos! O que mais me surpreendeu foi o que veio a seguir: " É tímido? Não se dá bem na balada? Aprenda a conquistar as mulheres com 'personal paquera' " Para mim, foi o cúmulo, ensinar técnicas e achar que as mulheres são todas iguais. Perdeu-se a originalidade, a essência, o diferencial. Pessoas que venderiam a mãe por dinheiro, tudo isso pela placa de recepção que nós e todo o mundo carrega "Bem - vindo ao capitalismo!"

Cada vez fica mais claro que em pouquíssimo tempo encontraremos pessoas sendo vendidas em lojas de um real....





Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 01/05/09 - 23h58

sexta-feira, 1 de maio de 2009

~ A última lágrima.

~ A avenida infestada de carros à sua volta não era nada; apenas algumas poucas luzes perdidas. Os sons se misturavam com as frases que cismava de repetir na própria cabeça, para si mesma; era preciso se convencer. O frio cinza-gelo dos vidros dos carros piorava cada vez mais; misturado com o ar gélido que ventava contra seu rosto, inchando seus cabelos; ela não se importava. Andava no meio da rua movimentada, não sem medo, mas sem a menor percepção das coisas; sentia o freio de carros próximos, mas não diminuía o passo, sequer virava os olhos; não que tivesse fé. Apenas indiferença. A raiva subia-lhe aos olhos, despencava-lhe o estômago; seguia, sem parar pra olhar pros lados, atravessando em faróis abertos; os braços nus arrepiados, as mãos dormentes; mas ela não sentia frio. Ela não via nada, não queria nada; apenas sentia o rastro de raiva que deixava em cada passo marcado no chão. Sua mente a elevava aos céus; naquele rosto no banco dos réus, uma expressão de sonho no rosto, era tudo que ela precisava; nada importava mais. Era a culpa, de alguém que tinha o seu amor; que pesava mais que chumbo em suas costas.. uma culpa que não era sua.. uma culpa que devia lhe causar repulsa, e não raiva de si mesma por não deixar de amar. Seus olhos se avermelharam, era a hora; sempre chegava a hora. Uma lágrima caiu. E aos céus mal iluminados ela prometeu que seria a última.
Sentiu a avenida brilhar aos seus pés, reverberando a emoção que sentia; não era felicidade, talvez apenas a energia que provinha da promessa que acabara de fazer... talvez a expressão exata da vontade que sentia, de afundar naquele infinito do céu e espalhar lá de cima o amor que transbordava em suas veias em forma de luz.
Quem sabe assim ele não acabasse de vez? Quem sabe ele não se esvaísse em suas promessas? Ela sabia que sim, ele iria; deixaria suas cicatrizes fundas, mas iria... e ela sorriria e cantaria pra quem quisesse ouvir, aquela música que tanto sonhou em realizar; 'ali onde eu chorei, qualquer um chorava; dar a volta por cima que eu dei, quero ver quem dava'.
Quem sabe assim, ele já não acabou de vez?



Angel (alguém ou até mesmo mninguém) - 01/05/2009 - 16h07

quarta-feira, 29 de abril de 2009

~ Aterro sanitário.

~ De uns tempos pra cá, eu tenho analisado o ser humano como “material descartável”, reciclável, reutilizável, e vi então a lei de Murphy tornando-se real...
Confesso que essa semana deixei minha aparente fantasia de “rocha”, e revelei a tal da garota indefesa, por circunstâncias nada boas... nada boas MESMO.
Muitas das pessoas, ainda assim, não conseguiram reparar a infelicidade da tal... Mas será possível????????Ou eu sou sensível demais, ou as pessoas viraram icebergs. Mas enfim...
O que me levou a conclusão do “material descartável”??? Já repararam que não se pode esperar nada de ninguém, porque as pessoas sempre vão te decepcionar? Bem por aí...
Se você quer desabafar, conversar, chorar as pitangas a um amigo e ele simplesmente vai falar com outra pessoa, ou tem outra coisa (teoricamente, “mais importante que você”) pra fazer, como você se sentiria??? Uma garrafa pet, tenho certeza! (ou talvez uma latinha de refrigerante...)
Depois de conversar com seres humanos iguais a mim, me acalmei,resisti a um dia inteiro...Ao chegar em casa, e ouvir um funk suuuuuper inspirador com a devida letra da personalidade da minha vizinha, resolvi criar uma máscara (o que tem a ver com o resto da frase? Não importa, que criei uma máscara é o ápice da frase.), na verdade outra máscara, e outra ,e outra...
Descobri que desabafar muitas vezes não adianta nada, que você tem que medir o que deve e o que não deve ser falado, e para as pessoas não falarem “estou aqui”, e quando você for procurá-las ela simplesmente arranjarem “algo melhor” pra fazer, esboçar um sorriso serve pra enganar.
O problema é que, elas só vem falar conosco quando querem, ou sentem remorso ou qualquer desculpa assim... Achando que podem jogar e depois pegar, como se fosse o tal material descartável...
Faz bem colocar a máscara, fingir que está tudo bem, pelo menos até ficar tudo bem realmente.


O ser humano é uma bosta!


A devida conclusão é, sendo reciclados ou recicladores...


Vamos todos pro mesmo aterro sanitário!



Viva a reciclagem de pessoas!




Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 29/04/2009 - 21h28

segunda-feira, 27 de abril de 2009

~ Primeiros - Socorros



~ Tem alguém escrevendo a história da minha vida. Tem que ter. Eu não posso aceitar que as coisas aconteçam assim, simplesmente por acontecer. Tem que ter uma razão de ser. Se eu tropecei e bati com o joelho na quina dessa mesa de centro, alguém desenhou ela aqui agora. Não existia antes. Nunca teve mesa de centro na sala da minha casa. Tenho certeza. Tem alguém digitando cada passo meu, cada arroto, cada soluço. Eu não posso aceitar que as pessoas me folheiem assim, simplesmente por acaso. Tem que ter um porquê. Ei, você, pode me responder? Pára de traçar meu destino aí por 5 minutinhos e me dá atenção! Olha, já que vai escrever mesmo, põe algo legai aí: um girassol na janela, um cãozinho bege ao lado da cama, um telefonema fora de hora, uma frase tardia. Aproveita e dá uma caprichada nas ruas por onde eu passo, nos cenários da minha história e nas pessoas que acenam pra mim!!! Estou cansada de tropeçar e cair!!Eu não sei dançar como pede a música!!! É sempre a mesma casca de banana, sempre o mesmo tombo, o mesmo galo na cabeça amarela!!! Olha só, caí de novo, mais uma vez e mais uma!!! Tem alguém escrevendo essa porra dessa história dessa minha vida. Tem que ter. Eu não posso aceitar que o acaso tenha te colocado bem aqui no meio da minha sala, bem assim por brincadeira, bem na frente daquela casca de banana, bem diante da minha próxima queda. Mais um tombo, mais um galo amarelo, tropeço previsto, vulnerável condição. Se tem alguém escrevendo a comédia de erros dessa minha vida, favor inserir um kit de primeiros - socorros nas ruas por onde eu passo, nos cenários da minha história e , principalmente, próximo às pessoas que acenam pra mim.

Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 27/04/2009 - 19h30

domingo, 26 de abril de 2009

~ Faz acontecer!

~ Esses seus olhos...Incontestáveis!
Enxergam bem além
Das palavras que eu não sei achar
pra falar desse olhar
de menino que sonha
por sonhar.

O que te aflige?
Não é você que tá pronto
pra o que a vida exige?
Você se alheia a essa condição humana
dividida,vazia, maquiada e dissociada.
Você lê, constrói e se destrói
E está sempre cheio de...
Coisa nenhuma.

Cadê? Mostra o teu poder
Vai lá
Faz acontecer.
Coitado de você
Dá pra ver que tá perdido
no teu próprio ser.

Não liga não tá?
Foram essas as palavras que eu consegui juntar.
Não adianta ficar puto...
A tua moral
tá em curto circuito!



Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 25/04/2009 - 00h13

sexta-feira, 24 de abril de 2009

~Sereníssima

~ Precisava de um pouco de música...

Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta o meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece
Acho que entendo o que você quis me dizer
Mas existem outras coisas
Consegui meu equilíbrio cortejando a insanidade,
Tudo está perdido mas existem possibilidades,
Tínhamos a idéia mas você mudou os planos
Tínhamos um plano, você mudou de idéia
Já passou, já passou - quem sabe outro dia.
Antes eu sonhava, agora já não durmo
Quando foi que competimos pela primeira vez?
O que ninguém percebe é o que todo mundo sabe
Não entendo terrorismo, falávamos de amizade.
Não estou mais interessado no que sinto
Não acredito em nada além do que duvido
Você espera respostas que eu não tenho
Mas não vou brigar por causa disso
Até penso duas vezes se você quiser ficar.
Minha laranjeira verde, porque está tão prateada?
Foi da lua desta noite, do sereno da madrugada
Tenho um sorriso bobo, parecido com soluço
Enquanto o caos segue em frente
Com toda a calma do mundo.

Legião Urbana

sábado, 18 de abril de 2009

~ We are living in America.




~ MINUTOS DE SILÊNCIO

Srs(as),

Vamos fazer um minuto de silêncio em homenagem aos 5.000(?) americanos, a maioria civis inocentes, mortos covardemente por terroristas que ainda não se sabe quem são.Já que você está em silêncio, fique quieto mais treze minutos em homenagem aos 130.000 civis iraquianos mortos em 1991 por ordem do Bush Pai.Aproveite para lembrar que naquela ocasião os americanos também fizeram festa, como os palestinos fizeram terça 11/09. Emende mais 20 minutos pelos 200.000 iranianos mortos pelos iraquianos com armas e dinheiro fornecidos a Sadam Hussein (ainda novinho na época) pelos mesmos americanos que mais tarde virariam sua artilharia contra ele.Mais quinze minutos pelos russos e 150.000 afegãos mortos pelo Taliban, também com armas e dinheiro americano.Mais dez minutos pelos 100.000 japoneses mortos direta e indiretamente em Hiroshima e Nagazaki, também por ação direta da águia.Você já está em silêncio há uma hora (um minuto pelos americanos e 59 por suas vítimas).Se você ainda está perplexo fique mais uma hora em silêncio pelos mortos na guerra do Vietnã, da qual os americanos não gostam de ser lembrados.Fica aqui o desejo de que o sensacionalismo dos "ataques à Nave Mãe" não apague as mortes miseráveis causadas por eles todos os dias nos países atingidos por sua política expansionista e devastadora, já que estes crimes sociais não têm esses "efeitos cinematográficos" e ficam em subplanos nos noticiários mundiais.E eles ainda falam em "Freedom"...




Angel (alguém ou até mesmo ninguém) – 08/08/2008 – 20h14

~ São só garotos...

~ Horas penso que é melhor deixar de lado,
Outras, vejo que não posso desistir...
Seguir assim seria o maior desperdício.
Afogo-me e não sei se sobreviverei,
Arrisco-me,
Luto,
Sem saber pra onde vou,
Só sei que vou.
Esquecer,
Ou arranjar em quem pensar?
Palavras...
Words..
Frases,
Apenas frases.
Atos são simples ações,
E nada se torna significante.
Quero contar-te
Que não sou má,
E que é injusto que me olhe assim.
Já me cansei dessa situação,
Me encontro, e instantaneamente
Me perco.
Perdi-me muitas vezes pelo mar
Com o ouvido cheio de flores recém cortadas
Com a língua cheia de amor e de agonia
Muitas vezes perdida no mar
Como me perco no coração de alguns meninos...





Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 18/04/2009 - 19h38



· “São só garotos...”

~ Amo o teatro

~Angel
~ Cada personagem é um fascínio
Em frente do espelho construo caras brancas,
Afino o nariz, escondo imperfeições: crio máscaras.
Sinto enorme alívio ao pisar em um local
Que é vários.
Saber que posso ser o que eu quiser,
A hora que eu quiser
E como eu quiser
Alivia as dores da rotina sagaz,
E torna as semanas mais fáceis.
Melhor ainda,
É AMAR isso,
Amar tanto, a ponto de esquecer de si.
Vivo, interpreto!
Métodos, instruções, naturalidade,
Outros lugares, outras pessoas,
Uma vida em vários locais,
Várias vidas em um local.
Me agradam coisas mutáveis,
Afinal, sou uma mutação constante.
É incrível ver que
ao mesmo tempo que sou todas,
Sou uma só...


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) – 18/04/2008 – 18h56
* Amo o teatro...
Das mentiras,
é a mais inocente.*

segunda-feira, 13 de abril de 2009

~ Garotinha...


~ Era uma vez uma garotinha indefesa,
Protegida pelos pais
E paparicada pelos irmãos.
Quando, a noite,
Tinha um pesadelo,
Logo corria para o quarto de seus criadores
E ali encontrava a segurança que tanto precisava,
Queria apenas se esconder de monstros e vampiros,
Ou somente,
Acender seu abajour para escapar da escuridão...
Essa garotinha, era muito inteligente,
Escrevia seu nome e
Alvoroçava-se quando acertava uma divisão no seu dever de matemática,
Lia contos de fada, já construindo um futuro com príncipe encantado,
E vivia rodeada de amigos aos finais de semana...

Hoje...
A garotinha cresceu,
Decepcionou-se ao ver
Que seus amigos foram embora,
Que contos de fada não existem
Que uma conta de divisão não é tão difícil quanto geometria analítica
E que não basta escrever seu nome,
Pra dizer que conhece a si mesma...

Trocou a cama dos pais
Por cadernos de poesias,
Já não é tão paparicada pelos irmãos...
Declara-se independente,
Dizem que é dona de si...
Mas ainda tem pesadelos,
Agora, com um monstro em especial chamado responsabilidade
E com vampiros , que ao invés de sangue,
Sugam seu tempo...

E tudo o que ela mais quer
É escapar da escuridão
Acendendo um abajour.
É...
Ela cresceu
e até desenvolveu seus pensamentos,
Mas ela nunca deixará de ser
O que era desde o começo...



Uma garotinha indefesa...


Angel (alguém ou até mesmo ninguém) – 13/04/2009 – 20h42

sábado, 11 de abril de 2009

~Não tente entender...mesmo!

~ Chegou!
Voltou!
Meu medo infantil retorna...
Apago a luz,
Cubro a cabeça
E meu corpo inteiro,
Como se um simples edredom pudesse me proteger,
Ou ao menos
Pudesse tornar-me invisível.
Mesmo assim,
Fico indefesa tratando-se de pesadelos, sonhos...
Atingem uma parte de mim que não tenho controle.
Temo, que tornem-se reais,
E normalmente
É isso o que acontece...
Mãos cruzadas nas costas,
Olhos fechados,
Fronte gelada,
Vivo,
Mas não me mexo .
É a parte mais sombria ( e oculta) de mim.
É como se fosse outro mundo, meu mundo,
Que eu não sei
Nem em que ruas andar...



Angel (alguém ou até mesmo ninguém) - 11/04/2009 - 15h48

sexta-feira, 10 de abril de 2009

~ Corra!


~ Eu corria entre as árvores aquela vez em que você me chamou.
Eu corria e sentia o vento e acreditava que poderia sair voando dali se corresse um pouco mais rápido.
Corria mas podia ver cada tronco passando como pilares de uma catedral.
Pintasse tudo de branco.
A catedral podia ser enorme; eu correria entre as pilastras grossas como troncos e acreditaria que Deus me tiraria dali se eu corresse um pouco mais rápido.
Eu não ouvi você me chamar porque você já estava longe,
e eu continuei correndo até chegar no fim do jardim
e tudo se dissolver como uma peça de teatro muito mal ensaiada,
tal qual o susto que tomei, todo mundo teria visto.
Girei ao redor de mim três vezes até perceber que você já estava longe e não atrás de mim.
Eu ri e minha risada ecoou pelo ar como se dominasse o mundo.
Deixei o mundo para trás e voltei a correr,
as árvores passando agora como barras de uma prisão que me deixava cada vez mais livre. Presa dentro de mim mesma, pensei.
Assim eu iria longe.
E talvez tivesse ido,
talvez tivesse passado por colunas gregas desbotadas ou ruínas de alguma cidade antiga se você tivesse aparecido atrás de mim novamente.
Mas cheguei a voltar às árvores para girar em torno de mim mesma e buscar você com o olhar, aonde você teria ido?
Quem sabe em algum subterrâneo de uma pirâmide?
Eu ri, mas minha risada se submeteu ao vento agora uivante que dançava entre as árvores e me levava junto.
Corri até a noite cair,
as árvores se tornarem vultos à espreita e o medo me atingir,
frio como gelo.
Corri até que as árvores eram casas, muros e prédios,
e corri acreditando que você surgiria diante de mim
se corresse um pouquinho mais rápido...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 10/04/2009 - 17h25

~ Posso Ser...

~ Eu posso ser o que quiser, certo? É o que todos dizem.
Então, eu não quero ser apenas mais uma menina cheia de vícios.
Eu quero ser alguém na vida das pessoas, quero que alguém faça questão da minha presença. Quero me ralar de estudar, passar na melhor faculdade e trabalhar para conseguir um nada de salário.
E conquistar tudo, crescer pelo meu esforço.
Eu não quero fumar, não quero me drogar, não quero ser de qualquer um que passe na rua.
Eu quero ser importante, quero ter alguém, não muitos.
Quero me divertir e viajar, quero ser livre, mas quero ter para quem voltar.
Eu não posso mais ser uma louca fútil que vai viver na casa dos pais até os trinta.
Eu quero me orgulhar de mim.
Quero ler mais livros, ver mais filmes, ter mais amigos, aprender mais coisas.
Eu quero ter histórias para contar.
Não quero ter crises de insônia ou gastrite ou porcaria nenhuma.
Não quero ser um problema emocional personificado.
Eu quero ser feliz.
Eu quero amar, quero sentir amor sem dor.
Quero deixar que alguém me ame.
Quero conseguir falar tudo que me incomoda, quero que tudo isso passe.
Eu quero chegar aos noventa anos, olhar para trás e sorrir.
É só isso que eu quero.

Como faz?



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 09/04/2009 - 18h32

quinta-feira, 9 de abril de 2009

~ Senhora de minhas escolhas.

~ Já me conformei em não deixar-te cair no esquecimento
Há tempos sei da existência de tal sentimento
Por não suportar mais, resolvi contar o segredo.
Não me surpreendi com a indicação de não ser recíproco.
Resolvi, de uma vez, esquecer-te.
Escondi, menti, me enganei.
Busquei em outros olhos, outros corpos
e até mesmo outras almas te encontrar,
mas meu esforço foi em vão.
Hoje, ainda pensas que esqueci de tudo,
enganei a ti também, propositalmente.
Se não te tenho pra mim,
que ao menos o tenha perto.
Meu coração vive em eterno luto.
Sou enforcada pelo silêncio,
e rodeada pelas palavras que não soube dizer.
Gostaria de conseguir tamanha façanha,
libertando-me de ti
libertando-me de mim.
Por mais que me doa,
por mais que eu vá contra todos os meus princípios
e minhas vontades,
Terei de esquecê-lo
Habitas-te em mim durante muito tempo,
Chegou a hora
de eu ser dona dos meus próprios pensamentos...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 25/03/09 - 00h13

~ Aparente felicidade...


~ Amor (platônico)...

Como a maioria dos sofrimentos,

este, começou comuma aparente felicidade.


Aparência errada de felicidade.

Iludi-me e, consciente,

segui o pior caminho:

A continuação do erro.


Erros, erros, as vezes parece

que isso é tudo o que sou capaz.

Lembro que sou humana, e essa (errar)

é a minha essência.

Meu malfeito é querer acertar

E por mais que o equívoco torne-se correto,

ele não negará suas raízes

e virá atormentar-me

com claro nome.


Tentei voltar atrás

e seguir outro caminho,

mas o ponto de partido

Sempre foi o mesmo.


Já não sei se sinto ou se penso,

se o que me domina é razão ou emoção

Coração diz: "Sim! Ame-o"

Mente diz : "Não! Você não pode!"

E eu chego a nenhuma conclusão.


Lí em um livro (e até pensei em seguir)

que é possível encontrar a felicidade

até mesmo nas horas mais sombrias,

basta só lembrar-se de acender a luz.


O único problema

é que meus caminhos

nunca têm rede elétrica...



Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 15/03/09 - 21h28

quarta-feira, 11 de março de 2009

~ Desinspiração.

~ Máquina substancial


Bufa, bufa com o seu fôlego
Apazigua a tua calma e aclima
Raiva e desânimo pra cima...
E adquire teu ódio de homem sôfrego.
Os condenados então trouxeram
A tentação pra ti, tão infernal.
Humano, mera máquina substancial.
Anti-versos numa anti-poesia lhe fizeram...
E te reclusas a rejeitar
Oh! Sublime força de vontade a sua.
Seu ânimo poético recai com a lua,
Pois o romance tende a te enjoar!
Vinga então essa sua euforia
O inferno dos versos às inversas
Consome-lhe, e, submersas
Estão suas infernais poesias
Gagueja em sua própria dicção
Ao tentar ditar sua arte erradicada
Poesia chata de um poeta de nada
Que se inspirou com a desinspiração.




Angel(alguém ou até mesmo ninguém) - 11/03/2009 - 21h40

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

~ Um pouco de riso.

~ O Paradoxo das Escolhas.
Escolhas… essencial para nossa vida é termos escolhas. Contudo, existe um grande paradoxo nelas. Não ter nenhuma é ruim, você sente uma restrição na sua liberdade, mas também ter várias não é bom! Aí que está o paradoxo, você acha que quanto mais opções e melhor? Nãaaaao!
Esses dias fui em um restaurante japonês com meu amigo Cordón. Fomos comer um japa… aqui em SP é comum se comer um japa, enfim…
Sentamos, a fome estava grande, aí vem a Mocinha. Pedimos do básico ao acabamento. Mas antes de trazer a comida, ela quis mostrar eficiência, ou quis me dar algumas opções… e aí começou a brincadeira das escolhas. Como disse, é bom poder escolher, mas veja, vc está com fome, louco para escorregar um sashimi pela goela e vem a garçonete perguntando um monte de coisas…
- Tá, então é rodízio, assim, assim, assim?
- Isso, pode trazer.
- Vão querer rolinho primavera?
- Pode trazer.
- Um ou dois?
- Dois, né? É, dois.
- De carne ou de frango? Ou de legumes?
- De queijo.
- Queijo não tem.
- De legumes.
- Assado ou frito?
- (assado?) <- pensamento. Frito.
- Crocante ou mole?
- Crocante
- Com eu sem ovo?
- Com
- Com ou sem cebolinha?
- Com. Não, sem.
- Sem?
- Sem.
- Vai comer de garfo ou de pauzinho?
- Pauzinho.
- Molho teriake, agri-doce ou shoyu?
- Teriake.
- Quer acrescentar queijo?
- E pode? Você disse que não podia…
- Não pode ter um só de queijo, mas vc pode acresentar.
- Quero
- Prato ou suiço?
- Suiço.
- Ralado ou picado?
- Picado.
- Em tiras ou em cubos?
- Cubos.
- Grossos ou finos?
- Finos. Olha, chega né? Tá bom? Traz logo o que tiver aí, do jeito que quiser que eu tô comendo…
- Tá. Só quero te perguntar mais uma coisa. Posso?
- Pode.
- E pra beber?
- Um guaraná.
- Com ou sem gelo?
- Sem
- Com laranja?
- Sem
- Na lata ou na garrafa?
- Sem.
- O que?
- Lata.
- Com canudinho ou sem?
- QUERO NADA NÃO! Se ficar com sede eu bebo shoyu mesmo.
Que saco… o pessoal quer mostrar eficiência, mas não é por aí! Cada vez que as opções aumentam fico mais perdido! São tantas coisas, tantos caminhos que fico com medo de decidir algo e ver que tem um melhor lá na frente. Quando você compra na loja e vê o mesmo produto em outro lugar, fica puto! Tão puto que não quer nem ver o preço da parada com medo de ser mais barato! E as coisas só tendem a piorar… cada vez mais!
O Paradoxo das escolhas é uma tema interessante… ou não…

retirado de : www.simplesmenteg7.com